segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Ganhei uma sombrinha!

 

                Estava me preparando pra partir de volta no Triciclo Feliz da porta de um cartório na av. Pedro Miranda, Belém, Pará, quando fui abordado por uma jovem com uma sombrinha:
                – Tio! Tiiiooo!!! O senhor quer esta sombrinha?– Falou ela, mostrando uma sombrinha, daquelas que se fecham toda para serem guardadas na bolsa, na mochila, etc. Claro, made in China!
Olhei pra ela surpreso e antes de dar a minha resposta, perguntei:
                – Estás me dando ou me vendendo?
                – Estou lhes dando.
                – Mas por que queres me dar? – Retruquei, apressadamente.
                – É que ela está fedendo! – Falou, já querendo se desfazer do objeto.
Eu, sem receio de confirmar a afirmação da jovem, aproximei cuidadosamente a sombrinha, que a essa altura já estava fechada, mas ainda na mão da jovem e tasquei um cheiro narigal! Não senti nada! Não exalou nenhum odor, quer seja de cocô, xixi, vômito ou outra coisa do gênero. Percebi que o objeto estava em perfeita condição de uso e cheirabilidade!
                – Aceito! – Respondi, agora já segurando a sombrinha definitivamente.
Sentei no banco do Triciclo Feliz e quando procurei a jovem, ela já tinha sumido! Suponho que entrara no mesmo cartório.
Guardei a sombrinha na cesta e fui embora para casa.
                Ao chegar, ainda na entrada do prédio, comentei com um dos funcionários do condomínio, o fato acontecido há pouco. Ele me falou que esse gesto é comum, especialmente nas portas de casas de shows e festas. Que a pessoa, especialmente a mulher jovem, ao chegar de sombrinha, vai a entregando ao próprio moto taxista que à transportou, entra e some!
Tentei analisar a situação. Não cheguei a nenhuma conclusão. Porém, uma que suponho, faça certo sentido: Será por vergonha? Uma jovem andar com uma sombrinha na rua ou entrar em um ambiente portando uma, é encarado como uma postura arcaica, antiga, ou velha? Francamente não sei a resposta. Só sei que a sobrinha que ganhei passou a integrar os equipamentos de proteção e comodidade do Triciclo Feliz, contra as chuvas e o sol escaldante do cotidiano belenense.
                Obrigado bondosa jovem!

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Publicado em 14 de agosto de 2018 em WEBARTIGOS

Exclamação, vírgula, ponto e interrogação

 

                Esses sinais quase todos nós os entendemos. São sinais de pontuação criados pelo homem para facilitar nossa comunicação. Agora, entender os sinais que a Vida nos apresenta, ah, esses sim, passamos quase toda uma existência e raramente nós os entendemos e os deciframos. Ou, só passamos a entendê-los quando a Roda da Vida já girou muitas vezes e a engrenagem está de certo modo desgastada. Mas aqui, o tempo é o que menos importa: O importante é que passamos a entendê-los. Isto nos conforta, nos alivia, nos mostra enfim, o sentido de nossas vidas.

                Quem já passou por uma situação parecida com esta: Temos alguma coisa para fazer. Por exemplo, ir até um determinado lugar para nele fazer alguma coisa, comprar algo. Só que antes de sair ou até dias antes, começam a acontecer algumas coisas inesperadas, até absurdas, como o carro que não pega? A chave da porta, que quebra, ou uma chuva que não para?! E de repente, quando tudo está favorável e chegamos ao lugar, descobrimos que casualmente, ao entrar na loja do lado, encontramos a mesma coisa muito mais barata?

                Outra. Esta é mais complicada para explicar: Mentalmente você pensa numa coisa, em um fato. Alguns instantes, ou horas ou dias depois, aquilo acontece quase semelhante ao que você pensou! Não, não quero falar em premonição ou adivinhação. Mas, repito: fica a nítida sensação que você já “sabia” que aquilo aconteceria! Já vi esse filme!

                Confesso que tenho a audácia de comentar sobre isso porque em diversas ocasiões, nos meus mais recentes anos de vida de sessentão, passei várias vezes por essas sensações. No princípio não dava bola. Concluía que era mera casualidade, coincidência. Com suas repetições em diversas situações cotidianas, comecei a refletir, usando é claro, minhas vinte e quatro horas de ócio produtivo que a saída do aposento tem me proporcionado. Certa vez, inquieto, fui pesquisar no Prof. Google e encontrei uma página que orientava como proceder nessas situações. Incrédulo, aceitei e exercitei a orientação recebida. Confesso de novo que, se mal não fez senti-me profundamente aliviado. Talvez, tenha sido meramente o efeito placebo.

                O relacionamento intrapessoal que tento integrar através do autoconhecimento, autodomínio e automotivação me levam a acreditar que algo existe no ar além de aviões, pássaros e drones…

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Publicado em 16 de maio de 2018 em WEBARTIGOS

E o Severino Pirou…

 

                Ele foi importado da Paraíba, mais exatamente de Areia. Meu pai – Sempre ele! – em uma viagem épica à sua terra natal, um belo início de noite, chega em uma caminhonete fretada no sítio trazendo o Severino, o novo caseiro, sua esposa e na caçamba um jumento. Eu, como quase sempre, também no sítio gozando mais uma licença prêmio da FCAP/UFRA.
Rapaz novo, com uns vinte e poucos anos, mostrou-se decidido na nova missão.                            Acomodaram-se na casa e no outro dia, com eu sempre fazia, apresentei-o aos demais – Brás e Avelino – e fomos à luta, isto é, aos trabalhos rotineiros. Na época estávamos preparando o plantio de forrageiras nos piquetes destinados aos porcos. Por iniciativa própria o Severino levava sua mulher para ajudá-lo. Não disse nada, preferi pagar pra ver. Não tinham filhos, portanto…
                Certo dia, ainda na primeira semana, ele foi comigo à Vigia comprar algumas coisas que estavam faltando no sítio. Só eu e ele. Ao chegar na entrada da cidade, percebi logo um comportamento original e até engraçado: Ao ver passar uma mulher na calçada, o Severino só faltava pular da boleia. Acompanhava o passar cadenciado das mulheres, especialmente as vestidas de short, colocava o braço direito apoiado na janela e se esticava todo pra fora, prestes a ser lançado. O olhar acompanhava a mulher até quase ela sumir da vista!…
                – Ôxi, biu! – Ouvia ele dizer, espantado, surpreso! Isso se repetiu diversas vezes. Imaginei que na cidade dele essa cena era rara ou inexistente.
A rotina das atividades no sítio estavam indo bem. O desempenho do Severino tava bom.

                Minha licença terminou e tive que voltar para Belém. Na véspera, então, chamei ele e passei todo o bê-á-bá. As planilhas das atividades semanais e ao final entreguei-lhes um revólver 22, que tinha comigo, recomendando-o guardá-lo no escritório e claro, usá-lo em uma eventual, porém, improvável tentativa de invasão à propriedade, porém, nunca sair com ele, seja pra onde fosse!
                No final de semana seguinte, retornei ao sítio. Ao encontrar com os demais funcionários: o Brás e o Avelino, um deles me chamou prum canto e disse:
                – Seu Carlos, o Severino aprontou! – Fitei-o aguardando que continuasse.
                – Ele foi pro igarapé de Santa Maria! Lá encheu a cara e começou a atirar com um revólver!!! – Meus olhos ficaram esbugalhados de espanto! Chamei ele pra dentro de casa, para um ambiente mais sossegado e pedi que ele relatasse com mais detalhes o ocorrido. Blá-blá-blá!!!

                O Severino e a mulher estavam na roça, um pouco distante da casa.

                – Ele tava só ou levou a mulher? – Perguntei-lhes.

                – Só, seu Carlos. Só!

                – Mas qual o motivo? Por que ele levou o revólver?

                – Ele não soube responder.

                No final da tarde resolvi conferir o caso lá mesmo em Santa Maria, uma comunidade relativamente próxima do sítio, onde inclusive moravam o Brás e o Avelino. Todos com quem conversei, confirmaram. Era um sábado, todos estavam se divertindo no igarapé quando de repente escutaram os tiros pro alto! E mais blá, blá, blá.

                Retornei ao sítio. Decidi antes de tomar alguma providência, conversar com meu pai em Belém. Voltei domingo para Belém e no mesmo dia conversei com meu pai sobre o ocorrido. Ele, profundamente chateado, me fala que a decisão era minha. Ponderei que acataria a sua opinião e decisão, visto que foi ele quem trouxe o Severino da Paraíba para o sítio, etc. Ele não titubeou:

                – Vamos cortar o mal pela raiz. Não podemos tolerar uma atitude dessa. Faz as contas dele, dá o dinheiro das passagens deles e dispensa o quanto antes. No final da outra semana, chamei o Severino e ele confirmou tudo. Apresentei minha posição a respeito do fato, anunciei a decisão de despedi-lo e entreguei-lhes o dinheiro do transporte de volta. Despedimo-nos e eles pegaram o primeiro ônibus pra Belém.

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Publicado em 02 de maio de 2018 em WEBARTIGOS

domingo, 5 de setembro de 2021

O caseiro trapalhão. Parte dois: Saudades e chifradas

 

                Não, não foi só uma trapalhada que o caseiro Severino aprontou. Foram várias. A decisiva foi esta aqui:

                Como procedíamos sempre, todo caseiro contratado recebia a moradia em uma casa dentro do sítio e um rancho mensal, carteira assinada, além de não pagar água nem energia elétrica. Assim, se passou com o trapalhão. Só que ele estava sozinho. Embora casado, só ele foi pro sítio. Muito bem. Após a primeira ocorrência dele auto ferir-se com a foice, um certo dia, ainda dentro do primeiro mês, ele veio comigo e disse que queria ir embora. Que tinha sonhado – ou melhor, teria tido um pesadelo – com a sua mulher e que esta estaria lhes passando pra trás! Queria ir embora!, Fiquei sem ação. Longe de mim ser conselheiro sentimental, ou matrimonial! Choramingando ele repetiu esse episódio umas 2, 3 vezes na mesma semana! Ai, decidi:

                – Ok. Estás dispensado. Arruma tuas coisas que o seu Chico, dono do caminhão freteiro de São Caetano te transportará de volta até Belém.

                Acertei as contas com ele e combinei que na madrugada do outro dia seria a sua viagem de volta. O caminhão passaria às 05:30 horas e blá, blá, blá. A casa do caseiro era localizada bem perto do portão, na margem da estrada, portanto, daria pra ouvir sem problema, a chegada do caminhão. Por esse horário despertei com as buzinadas. Não me levantei, mas acompanhei de meu quarto o desenvolvimento da ocorrência. O seu Chico buzinou uma 3, 4 vezes, além de acelerar o motor, anunciando a sua presença! Mais tarde, quando me levantei, fui até a casa do caseiro e tudo estava como dantes. Ele, em pé na porta, com a cara mais deslavada, me diz que não acordou na hora… Não tive dúvida. Mandei ele pegar as coisas e colocar no carro que eu o deixaria naquele mesmo dia em Santa Isabel do Pará. De lá pra Belém ele que desse o jeito! Assim fiz. 

                Saímos por volta das 09 horas. Quando passávamos próximos de Santo Antônio do Tauá, avistei uma caminhonete que vinha em sentido contrário. Mais próximo, alguém dentro dela acenou pra mim. Fiz que não vi e não parei. O veículo também não parou e seguiu em frente. Mais alguns minutos eu estava chegando em um posto de combustíveis localizado em Santa Isabel, bem na beira da BR-316. Lá estacionei e disse pra ele desembarcar e seguir pra Belém, conforme tínhamos combinado. Em seguida retornei para o sítio. Lá chegando, me deparei com uma cena inusitada: A caminhonete que cruzou comigo há pouco estava na entrada do sítio. Era a mulher do caseiro trapalhão. Conversamos, expliquei sem maiores detalhes o ocorrido e sugeri que se retornasse imediatamente, poderia encontrar o caseiro trapalhão ainda em Santa Isabel. Foi o que fez. 

                Tchau, caseiro trapalhão!

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Publicado em 28 de abril de 2018 em WEBARTIGOS


O caseiro trapalhão

 

                Ele foi contratado no Serviço Nacional de Empregos, SINE, em Belém, Pará. Era um ex-recruta da Marinha e estava desempregado. Quem fez o contatos e o encaminhou para o sítio foi o meu pai. Lá chegando, conversamos sobre o trabalho e ele sempre afirmativo. Sabia disso, sabia daquilo, etc. Apresentei o sítio todo, a casa onde ele ficaria e avisei que no outro dia, cedo, as atividades começariam. Dito e feito. Na presença do Brás, um funcionário local que trabalhava desde o início com a gente, apresentei o novo caseiro, as atividades diárias rotineiras e todo o bê-á-bá do sítio. A fim de testá-lo em suas habilidades de campo, passei uma primeira tarefa: Cortar umas canaranas, triturá-las no desintegrador-picador-moedor, DPM elétrico e servir aos porcos. Entreguei-lhes um par de botas cano longo, uma foice e perguntei-lhes, reforçando:
                – Sabes manejar esta ferramenta? – De pronto respondeu que sim. Olhei pro Brás que iria acompanhá-lo, como se mentalmente estivesse dizendo:
                – Vai com ele, mostra onde é e fica observando o jeito dele.
A área de corte de canarana se localizava nos fundos do terreno, em um terreno baixo, tipo igapó. E lá foram os dois.
Algum tempo depois, talvez, uma hora adiante, sou surpreendido com o retorno dos dois, sem nenhuma canarana sequer cortada. O novo caseiro, cabisbaixo e o Brás com olhar apreensivo.
                – Que aconteceu? – Perguntei.
                O novo caseiro, com a cara suada apontou para um dos pés, que ainda estavam calçados com as botas.
                – Me furei!
                – Como? – Perguntei, olhando para o Brás confuso e com a cara prestes a cair na risada.
                – Foi com a foice!
                – Como? Repeti a pergunta.
                – Ele não sabe usar a foice, seu Carlos! – Sentenciou o Brás.

                – Na hora de dar o lance a foice voltou pra ele batendo em seu pé! Chegou a furar a bota, de tão forte foi o lance! – Completou o Brás.
                Pedi pra ele tirar as botas pra mim verificar o corte, etc. Felizmente o corte foi pequeno. Um esparadrapo, e uma gaze embebida com mertiolate que guardava na pasta de primeiros socorros do sítio, sanou o ferimento. Por essa e por outras trapalhadas, uma semana depois o caseiro voltou a ser desempregado.

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Publicado em 23 de abril de 2018 em WEBARTIGOS

sábado, 4 de setembro de 2021

Quero ir na sintina!

 

                Eu tinha uma meta: Plantar uma tarefa e meia de caupi. A época era favorável e eu não poderia perdê-la. Nesse tempo só tinha o caseiro para fazer todas as tarefas do sítio. Eu estava em licença prêmio da FCAP/UFRA e me auto sitiei, literalmente. 

                Pois bem. Como eu já tava sabendo das manhas do Marcionilo, preparei tudo para que o trabalho fosse iniciado e terminado no mesmo dia. Uma tarefa e meia não era muita coisa, cerca de 0,45 ha. Em um dia preparamos as leiras e no outro faríamos o semeio. Para evitar imprevistos, exercitei a minha criatividade e construí um semeador e um sulcador, ambos puxados pela força humana. 

                Assim: Na frente ia o Marcionilo com o sulcador (a ponta desgastada de uma enxada velha com cabo) abrindo os sulcos e eu com o semeador (uma velha lata de leite em pó, com um furo feito no centro da superfície lateral do tamanho de um grão de caupi, tendo como eixo, um arame que atravessava a tampa e o fundo preso em um cordão que eu puxava, logo em seguida à passagem do sulcador. Lembrava um carrinho de lata, um de meus brinquedos de infância). Ele indo na frente, não podia fazer manha como parar, que eu tocava, corajosa e decididamente. 

                A área era perto de casa e da casa dele. Não dava uns 50 metros. Mesmo assim, me armei com uma bombona com água pra beber e um caneco, visto que o sol escaldante certamente forçaria a ingestão de líquido, especialmente para o Marcionilo. Começamos cedo o serviço. Quando deu umas 10 horas, o Marcionilo me fala:

                – Vou em casa beber água! – Era a senha pra parar o serviço e ir na casa dele…

                – Precisa não. Taqui, toma dessa daqui! – Convidei ele, demonstrando eu mesmo, com um gole, que a água era saudável! Ele concordou, tomou um canelo e continuamos o serviço. Mais adiante, de novo. Quis tomar água e já foi logo pegando o caneco e se servindo…

                Os instrumentos que tinha inventado, por sua vez, estavam funcionando a contento. E mais do que isso, estavam minimizando a manha do Marcionilo. E continuamos o serviço. Lá por volta das 13 horas, faltavam poucas leiras para semear, quando ele, suado e rosto aflito, falou pra mim:

                – Quero ir na sintina! – Putz! Não teve jeito. Pensei em falar pra ele mijar ali mesmo, atrás da moita, mas a cara dele denunciava que era mais do que um líquido xixi. Não tive opção, concordei. Demorou-se cerca de meia hora. Voltou aliviado e só assim terminamos finalmente a missão.

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Publicado em 19 de abril de 2018 em WEBARTIGOS

Patinhos para a pérgola da piscina

 

                Quem um dia foi proprietário de um sítio ou desejou ter um?! Eu tive o meu. Na verdade, eu era o sócio proprietário. A sociedade era familiar: Eu, meu pai e meu irmão. Montamos uma microempresa, a Atumã Agroecossistemas. O Sítio Atumã, estava localizado à margem da rodovia PA-140, km 08, São Caetano de Odivelas, Pará. Cheguei a passar algumas licenças prêmios de meu trabalho na FCAP lá, para cuidar 24 horas dos negócios que estavam se iniciando. Eram criações de patos, marrecos, galinhas, porcos e peixes, em sistemas agrícolas que buscavam a auto sustentação, segundo os princípios da ecologia agrícola e da tecnologia moderada.

                Este episódio aconteceu na primeira safra de produtos que levei para serem vendidos em Belém.

                – Que lindos! Quero um casal pra decorar a pérgola de minha piscina! – Disse a madame, ao ver os marrecos de Pequim expostos para a venda, no chão presos por um fio.

                Olhei para o caseiro Geraldo, e ele olhou pra mim, ambos com os olhares espantados e ao mesmo tempo decepcionados. Só tínhamos machos.
                – Vou ao supermercado e na volta comprarei um casal, viu?! – Completou a madame e se foi. Antes de eu falar alguma coisa, o Geraldo dá a solução:
                – A gente arranca aquelas peninhas levantadas do rabo e pronto, tá resolvida a questão!

                Tínhamos estacionado a Belina cargueira no meio-fio do cruzamento da av. Doca de Souza Franco com a rua Antônio Barreto. Uma semana anterior ao Círio de Nazaré de 1987. Tínhamos patos, marrecos de Pequim e de Ruan, alguns capões e umas velhas galinhas pra vender. Tentamos inicialmente vender em frente à Basílica de Nazaré, mas fomos gentilmente convidados a nos retirar por um fiscal da Prefeitura de Belém. Daí optarmos pela Doca, considerando que o supermercado tinha sido recentemente inaugurado.
                Sugestão dada, solução realizada. Cerca de 30 minutos depois a madame voltou:
                – Cadê o meu casal de patinhos?
                – Estão aqui, senhora.
                Recebemos o pagamento e entregamos o produto acondicionado em 2 sacolas com as asas e os pés devidamente amarrados. E a madame se foi, com um sorriso de orelha a orelha…

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Publicado em 04 de maio de 2018 em WEBARTIGOS

Divulgação do Livro Amazônia: Do Quase Paraíso Verde ao Provável Deserto Vermelho e Cinza

  Olá! Peço que divulguem em suas redes sociais e de algodão... PARA CONHECER MAIS, ACESSE E LEIA:  Onde está publicado e disponível também ...